Psiquiatria

A palavra Psiquiatria deriva do Grego e quer dizer "arte de curar a alma".

Trata-se da especialidade da Medicina que se dedica à prevenção, atendimento, diagnóstico e tratamento das diferentes manifestações do sofrimento mental.

Procedimentos da Especialidade realizados no Grupo HPA:

Frequentemente, os sintomas do sofrimento mental são negados ou encobertos (até ao limite) pelo próprio por (erradamente) serem considerados sinal de “fraqueza” ou pela noção de que são mal compreendidos e estigmatizados pela sociedade.

O alívio do sofrimento e a recuperação do bem-estar psíquico, são os principais objetivos da Psiquiatria. Para os alcançar impõe-se uma avaliação sigilosa, global e integrativa do paciente contemplando as suas dimensões biológica, psicológica, social e de ordem cultural e religiosa.

A depressão, o transtorno bipolar, a Esquizofrenia, os transtornos de ansiedade, as perturbações do comportamento alimentar e a demência encontram-se entre as múltiplas situações clínicas atendidas na Consulta de Psiquiatria.

Existem duas modalidades principais de tratamento, a medicação e a psicoterapia.

Os medicamentos psiquiátricos são parte importante do arsenal terapêutico do psiquiatra. Na atualidade, existem medicamentos eficazes, seguros, bem tolerados e que não causam dependência. Tenha em conta que o psiquiatra irá escutar as suas preferências, receios e inseguranças acerca do tratamento e com base nisso melhor orientar o seu tratamento.

A psicoterapia também faz parte do arsenal terapêutico do psiquiatra. Contudo, frequentemente, a Psiquiatria e a Psicologia trabalham complementarmente. Por este motivo, durante a consulta, o médico poderá propor o encaminhamento do seu caso para a Psicologia.

Por fim, apesar de muitas doenças psiquiátricas ainda não terem cura, a Psiquiatria e a Psicologia podem minorar o sofrimento psicológico e aumentar de forma significativa a qualidade de vida da pessoa, facilitando o seu rápido e eficaz retorno funcional em todas as áreas da vida.

Exames relacionados

O diagnóstico das doenças psiquiátricas é clínico ou seja, baseado essencialmente na avaliação do estado mental e na história clínica do paciente.

Em complemento, por vezes, justifica-se o recurso a testes psicológicos, neurológicos e neuropsicológicos.

Os testes laboratoriais, o eletroencefalograma e os exames de imagem (TAC-CE, RMN-CE) são úteis, apenas em casos particulares, para exclusão de causas orgânicas, eventualmente tratáveis, para os sintomas.

Através do diagnóstico e da avaliação global do caso psiquiatra define e ajusta o tratamento almejando a estabilização aguda do caso e à prevenção de recaídas.

Principais patologias/doenças

As formas de sofrimento psicológico podem acometer vários domínios:

Emoções (tristeza, ansiedade, pânico, medos e fobias, euforia, irritabilidade, raiva),
Pensamento (confusão, ideias irreais ou delírios, ideias ruminativas ou obsessivas que geram elevada ansiedade),
Comportamento (agitação, agressividade, inquietação, lentificação, apatia, impulsividade),
Sono (pesadelos, excesso de sono durante o dia ou insónia),
Cognição (perturbações da memória, distratibilidade, desorientação),
Apetite
Função sexual
Abuso e dependência de drogas e de álcool.

Na doença psiquiátrica, estes sintomas, além do sofrimento emocional causado ao próprio e/ou aos seus, comprometem o comportamento e o desempenho do individuo em todas as áreas da sua vida.

São exemplo disso, na depressão ansiosa, as discussões frequentes por impaciência, o isolamento, a incapacidade em trabalhar de forma eficiente, os evitamentos de situações geradoras de stresse/ ansiedade, estar em espaços públicos e na bipolaridade, as oscilações ao nível do humor recorrentes que alternam entre a depressão e a euforia. Às vezes os sintomas psiquiátricos passam desapercebidos, podendo aparentar “comportamentos com manias” (rituais de lavagens, limpeza, arrumação, verificação, etc.) ou ideias que não conseguimos eliminar do pensamento e podem fazer parte duma doença (Transtorno Obsessivo-Compulsivo).

Outras vezes são perturbações no comportamento alimentar caracterizadas por episódios de ingestão desenfreada de comida ou de jejum prolongado, magreza extrema e provocação do vómito para não engordar (Bulimia/Anorexia). No caso da Esquizofrenia, podem ocorrer comportamentos estranhos, e o individuo “ouvir” vozes inexistentes ou acreditar em coisas absolutamente irreais ou falsas. Na idade avançada, as demências provocam alterações graves da memória e das capacidades para governar a sua vida com autonomia.