Urologista
HPA Magazine 19
Os sintomas provocados pela HBP são o aumento da frequência urinária, quer durante o dia, quer durante a noite, a vontade súbita e inadiável de urinar, a incontinência, o gotejamento no final da micção, a dificuldade em iniciar a micção e a necessidade de esforço abdominal para urinar. Estes sintomas agravam-se com tempo e condicionam a atividade diária e o padrão de sono, alterando drasticamente a qualidade de vida destes doentes. Se deixada sem tratamento, pode ainda provocar alterações irreversíveis no funcionamento da bexiga bem como dos rins levando, inclusive, à insuficiência renal.
O tamanho não é um indicador fiável da gravidade, não existindo uma boa correlação entre os sintomas e o tamanho da próstata. Alguns homens com próstatas grandes (superiores a 100g) podem ter poucos sintomas que não interferem com a sua qualidade de vida, existindo outros homens, com próstatas mais pequenas (30-40g) com sintomatologia urinária severa.
É por isso obrigatório realizar-se uma avaliação do nível de obstrução e da gravidade dos sintomas que a mesma condiciona.
As opções terapêuticas para o tratamento da HBP incluem a abordagem farmacológica e a cirúrgica.
A medicação inclui vários grupos de fármacos dos quais se destacam dois. Um grupo de medicamentos (bloqueadores dos recetores α1-adrenégicos) que relaxam a musculatura prostática, o colo da bexiga e a uretra proximal, e são os mais rápidos na diminuição dos sintomas. Os do segundo grupo (inibidores da 5α-redutase) bloqueiam a transformação na próstata da hormona masculina, testosterona em dihidrotestosterona, o que faz diminuir parcialmente o volume deste órgão e os sintomas urinários, embora demorem algumas semanas a atuar e só sejam eficazes nas próstatas mais volumosas.
Mais recentemente foi demonstrado que um medicamento (o tadalafil) usado no tratamento da disfunção eréctil, quando tomado diariamente tem vantagens nos doentes que tenham sintomas de HBP associados a problemas de ereção.
Classicamente, na falência dos tratamentos médicos opta-se por um tratamento cirúrgico. A técnica cirúrgica é determinada pelas dimensões da próstata, disponibilidade de equipamento e experiência do cirurgião. Para próstatas até 80 gramas realizam-se procedimentos transuretrais, preferencialmente com energia bipolar ou laser, e para próstatas com mais de 100 gramas, cirurgia aberta ou laparoscopia.
Em qualquer destas cirurgias o objetivo é o mesmo: a remoção do tecido hipertrofiado e obstrutivo central responsável pela sintomatologia, podendo, contudo, existir o risco de incontinência urinária, disfunção erétil ou disfunção ejaculatória.
Tecnologia Robótica Trata a Hiperplasia Benigna da Próstata em Seis Minutos
O Aquabeam, assim se chama esta nova tecnologia para o tratamento da HBP, pode ser utilizada em todos os tamanhos de próstata, com a vantagem substancial de preservar a vida sexual e a continência.
É um robô que utiliza um jato de água de alta pressão - 10.000 PSI -, para desobstruir a uretra e melhorar os sintomas urinários. O sistema robótico Aquabeam permite a ablação do tecido prostático hipertrofiado, sem utilizar nenhum tipo de energia térmica, ao contrário das cirurgias endoscópicas clássicas ou com laser.
O cirurgião controla todo o procedimento através da ecografia e da imagem cistoscopia em tempo real, planeando o tratamento de forma personalizada e delimitando o tecido prostático a remover pelo robô. Uma vez que todos os parâmetros estejam integrados, o robô realiza o procedimento de forma rápida, previsível e precisa (cerca de 6 minutos). Após terminar, é colocado um cateter na bexiga que geralmente é retirado no dia seguinte, permitindo que o paciente receba alta após 24Horas.
Além do menor tempo de internamento, a preservação da vida sexual, nomeadamente da ejaculação, e a menor perda de sangue constituem importantes mais-valias.
A HIDRO ABLAÇÃO ROBÓTICA DO AQUABEAM PERMITE AINDA:
Até ao momento já foram instalados em todo o mundo cerca de 130 robôs, sendo que o primeiro em Portugal se encontra no HPA Gambelas.
Esta inovação tecnológica vem juntar-se à biópsia prostática por microecografia, à microecografia prostática transretal em alta definição e às ondas de choque de baixa intensidade para a disfunção erétil, tornando o Grupo de Urologia do HPA, uma referência nacional.