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Dr. Rui Lima

Cirurgião Plástico
 

Dr. Rui Lima

Rejuvenescimento facial com gordura.
Como e porquê?

HPA Magazine 18


Nascemos com gordura em quase todas as partes do nosso corpo. Isto não acontece por acaso. A gordura que armazenamos em tenra idade é fundamental para um crescimento saudável do nosso corpo, porque para além de ser um enorme armazém de células estaminais que permite o crescimento da pele e outros órgãos, constitui um importante reservatório energético que serve de paraquedas em situações que fazem perigar a nossa vida. 


Rejuvenescimento facial com gordura


 

À medida que vamos crescendo e envelhecendo, a gordura é um dos tecidos que mais sofre alterações. Ora aparece, ou desaparece de locais que gostamos mais ou gostamos menos. Isto é determinado pela nossa herança genética, mas também pela nossa condição de saúde e estilo de vida. É sobejamente conhecida a relação entre o tamanho dos nossos depósitos de gordura e a alimentação, o sedentarismo e o stress. Mas é menos conhecido o efeito da nossa genética. Porque é que eu como tão pouco e sou tao gordo? Ou, porque é que aquela come tanto e não engorda? Ou, porque é que sempre que emagreço, perco mama e envelheço mais 10 anos na face? A resposta é simplesmente complicada: cada um de nós é diferente porque é o resultado de muitas coisas diferentes. Existem pessoas que “envelhecem” muito na cara, não unicamente porque têm mais rugas na pele ou mais cabelos brancos, mas sobretudo porque perdem muito do volume facial que tinham em jovens, ou seja, perdem gordura na face e a face fica mais escavada ou simplesmente descai, tudo isto associado a uma qualidade de pele que também vai diminuindo com a idade. O mesmo fenómeno acontece na mama: perda de volume e caída da mama. Quantas pessoas não se olham ao espelho, esticam a pele da face junto às orelhas, ou a pele das mamas acima das areolas, e pensam: assim estás perfeita!
Pois esse é exatamente o objetivo da cirurgia plástica, e uma das melhores formas de ajudar a repor “as coisas no seu lugar original” é “transplantando” a nossa própria gordura.
O conceito é muito fácil de entender: retira-se gordura de um local onde se tem muita e não é necessária, e coloca-se num local onde se perdeu essa gordura. É claro que esta visão simplista não explica o especializado processo médico que está por detrás. A este transplante da nossa própria gordura, chamamos lipoenxerto ou enxerto de gordura.
 Este é o efeito de preenchimento que se pretende quando se fazem preenchimentos com ácido hialurónico, que constituem um ótimo teste para um futuro lipoenxerto, pois duram entre 6 e 12 meses enquanto o lipoenxerto dura muitos anos e adapta-se às constantes alterações da face a que estamos sujeitos durante o nosso envelhecimento natural. Os preenchimentos que não são gordura, estão muito longe de poderem fazer isso, contudo é importante realçar que a sobrevivência da gordura numa fase inicial é entre os 40 e os 60%, podendo ser necessário fazer um retoque. O processo de envelhecimento, sobretudo o facial, é complexo do ponto de vista anatómico e a “mesma solução para tudo” não melhora, e na maioria dos casos depois dos 50 anos onde a intervenção já tem de ser mais complexa, pode até piorar. Por isso, vemos tantas faces “retocadas” que nos assustam e nos fazem pensar: antes velha e natural do que “nova” e artificial.
O rejuvenescimento facial com enxerto de gordura tornou-se um tratamento gold standard, ou seja, se queremos produzir um rejuvenescimento facial, temos sempre que fazer, em certa medida, um lipoenxerto. Esta técnica oferece resultados clinicamente comprovados que têm uma longa duração (anos), e é quase isenta de efeito secundários relacionados com o material, porque este material é um tecido do próprio organismo, logo não provoca rejeição, é de fácil acessibilidade, abunda e faz com que a zona dadora fique com melhor forma do que anteriormente (porque se faz uma pequena lipoaspiração).
O lipoenxerto foi primeiramente publicado no início do século XX e tornou-se popular à escala mundial nos anos 90, pela mão de Sidney Coleman, um cirurgião plástico norte americano que descreveu um método cirúrgico otimizado que viria a revolucionar a técnica de lipoexerto, sobretudo facial. 

O objetivo inicial foi o de tratar o défice de volume resultante de doença, trauma ou envelhecimento. No entanto, a técnica evoluiu muito, e hoje o lipoenxerto foca-se na melhoria e restauração do volume facial, mas também na sua capacidade para regenerar os tecidos da face, sobretudo a qualidade da pele.
Cada tipo de lipoenxerto necessita de lóbulos de gordura de diferentes tamanhos. Por exemplo, nas nádegas, são usados lóbulos de 3mm2, na mama de 1,5mm2, e na face entre 0,1 a 1mm2 aproximadamente.
Este microscópico tamanho dos lóbulos na face, permite uma grande versatilidade e previsibilidade no preenchimento de regiões diferentes da face que perderam volume como as maçãs do rosto, região periocular, olheiras, sulcos labiais, lábios e região temporal, entre outras. Para este efeito usamos a Macro ou a Microfat. Mas também permite atuar nas camadas mais superficiais da pele para induzir a sua regeneração, que é conseguido com o uso da Micro e da Nanofat. 
Mas como é que a gordura possui esta capacidade de regenerar a pele? 
O tecido adiposo (gordura) contém células que podem ser divididas em dois grandes grupos: as células adiposas maduras (adipócitos) e uma população heterogénea de células estaminais. Estas últimas têm a capacidade de promover a produção de mais e melhor colagénio, de criar novos vasos sanguíneos, um efeito imunomodulador e de se diferenciarem em novas células dos tecidos. Clinicamente o seu efeito traduz-se numa melhoria da elasticidade, normalização da hiperpigmentação, desinflamação, melhoria estética das cicatrizes e rápida cicatrização. O tecido adiposo é um dos tecidos do organismo com maior concentração de células estaminais, e para uma cirurgia plástica, uma fonte de fácil acesso e de enorme segurança.  
Cada uma destas técnicas tem indicações muito especificas, e podem ser utilizadas em combinação, para potencialização dos seus efeitos.
Tendo em conta todos os benefícios cientificamente provados do Rejuvenescimento Facial com Gordura, a Up Clinic lançou um novo tratamento designado “ALL FAC3” que estará disponível no Grupo HPA através da UP HPA. 
Este tratamento previne e trata o envelhecimento facial e pode ser combinado com procedimentos cirúrgicos de lifting facial, nos casos mais severos.
· ALL porque trata toda a face e pescoço, independentemente da idade e das diferentes fases do envelhecimento facial.
· FAC3 porque atua nas 3 profundidades dos tecidos da face: na camada mais superficial (a pele), no tecido celular subcutâneo imediatamente abaixo da pele e numa camada mais profunda (compartimentos profundos de gordura).
· ALL FAC3 é um tratamento inovador, diferenciado e completo que garante os melhores resultados ao nível da prevenção e rejuvenescimento facial.
Este tratamento inicia-se numa consulta de avaliação, na qual o médico realiza uma avaliação clínica da pele e restantes tecidos da face, sendo complementado pela grande novidade de podermos realizar testes genéticos que irão permitir desenhar um plano altamente personalizado, tendo em conta o seu património genético e a sua reação a diferentes fatores: a avaliação genética da pele permite analisar a capacidade de formação de colagénio; tolerância à exposição solar, à oxidação e à inflamação da pele.
Após avaliação inicial, é proposto um plano de tratamento facial personalizado, focado em procedimentos de rejuvenescimento com os diferentes tipos de lipoenxerto e complementado por outros tratamentos convencionais, como a Radiofrequência, PRP´s, Laser, Microneedling ou/e Toxina Botulínica.