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Dra. Marília Freitas

Médica Dentista · Dentist

 

 

Dra. Marília Freitas

Branqueamento Dentário

HPA Magazine 17

A estética facial tem influência no comportamento social e na perceção impactante da nossa sociedade. Atualmente, a Medicina Dentária estética é um dos principais focos da nossa prática diária.  A busca de um sorriso mais branco e harmonioso proporciona bem-estar psicológico e emocional ao paciente. A literatura descreve que a insatisfação associada a alterações de cor dentária varia entre 18% e 53%, sendo este descontentamento observado em cerca de 40% dos indivíduos com idades compreendidas entre os 16 e 54 anos. 
 


Branqueamento Dentário


 

A cor dos dentes
Desmistificando a ideia concebida pela maioria dos pacientes, a cor dos dentes não deriva do esmalte, mas sim da dentina, que é a camada subjacente ao esmalte.  Portanto, os pacientes que desejarem ter os dentes mais brancos, ficam cientes de que tal nem sempre é possível. Contudo, o esmalte pode variar a sua cor, de amarelo claro a branco acinzentado ou, até mesmo, a branco azulado.
Considera-se que a estética dentária tem “quatro fulcros”: a forma tridimensional dos dentes; a cor que é uma sensação psico percetiva; as propriedades óticas primárias (matiz, saturação e luminosidade, integradas no conceito de cor) e propriedades óticas secundárias (fluorescência, opalescência, translucidez (opacidade), iridescência e brilho de superfície).


O branqueamento dentário
Atualmente, existem duas técnicas para a realização de um branqueamento dentário: a técnica em ambulatório e a técnica intensiva em consultório, com e sem a utilização de agentes fotossensíveis ativados com fontes de luz.
O branqueamento em ambulatório está indicado para os casos em que os dentes se encontram naturalmente escurecidos ou escurecidos por pigmentos adquiridos na dieta alimentar, em indivíduos fumadores, em pacientes com mais idade evitando tempo prolongado em cadeira, em dentes traumatizados ou afetados pelo uso de medicamentos como tetraciclina e fluorose dentária. 
Uma grande vantagem desta técnica é a sua compatibilidade com os tecidos moles e o seu custo mais favorável. Apresenta como principal desvantagem o tempo de tratamento, que é um fator de grande relevância para muitos pacientes, que frequentemente optam pela técnica intensiva em consultório, obtendo assim resultados imediatos. Uma outra desvantagem é a necessidade de produzir uma moldagem à boca do paciente para obter moldeiras individualizadas para a aplicação do produto. Estas moldeiras acomodam o agente branqueador que contém carbapol, propiciando uma libertação mais lenta do oxigénio, tornando a sua utilização mais indicada no período noturno, entre 6 a 8 horas.
No branqueamento dentário a Laser (em consultório), o peróxido de hidrogénio é utilizado numa concentração entre os 6% a 40%, ativado pela luz e/ou calor, o que provoca o aumento do oxigénio libertado, sendo, portanto, mais seguro e mais confortável para o paciente, podendo obter-se resultados visíveis em apenas uma sessão. A associação de fontes de luz proporciona um tratamento mais rápido, uma vez que aquando da projeção de luz sobre o gel, uma fração desta é absorvida, sendo essa energia convertida em calor, acelerando a libertação de radicais hidroxílicos pelo peróxido. 
No entanto, apesar de ser conhecida a interação físico-química da luz com o composto branqueador, a efetividade desta técnica não é ainda consensual. Os resultados clínicos podem não ser perduráveis a longo prazo devido à instabilidade da cor do dente adquirida numa única sessão. Alguns meses após o tratamento pode haver recidiva para a cor original. Uma outra desvantagem conhecida é o seu potencial nocivo para os tecidos moles e o seu custo mais elevado.
Uma terceira modalidade de tratamento é o branqueamento combinado, que concilia os dois tipos de branqueamento dentário: realiza-se uma sessão de branqueamento em consultório para uma alteração de cor inicial dos dentes mais efetiva e rápida e, posteriormente complementa-se o tratamento recorrendo ao branqueamento com moldeiras, de forma a obter o resultado final desejado. Esta prática reduz o tempo total de tratamento e confere uma maior longevidade do resultado do branqueamento. A maior vantagem desta associação prende-se com o facto de permitir retoques de branqueamento dentário e proporcionar ao paciente um efeito do tratamento mais duradouro. 
A seleção do método de branqueamento dentário deve basear-se na quantidade de dentes manchados, no tipo e severidade da descoloração, na vitalidade do dente, no grau de sensibilidade dentária, no tempo disponível, no custo e na cooperação do paciente. 


Alteração da cor dos dentes
Alguns autores classificaram as alterações da cor dos dentes como extrínsecas e intrínsecas. As extrínsecas são mais frequentes e superficiais. Ocorrem pelo consumo abusivo de substâncias como o café, o chá, alguns refrigerantes, corantes, higiene oral deficiente, uso de alguns medicamentos e fumo. As causas intrínsecas são mais dificilmente tratáveis, podendo ser congénitas, estarem relacionadas com a formação do dente ou serem adquiridas. Podem ainda estar relacionadas com um trauma, necrose pulpar, restaurações extensas, presença de cárie ou fluorose. 


Contraindicações do branqueamento dentário
Existem algumas contraindicações e/ou restrições para a realização deste tratamento, nomeadamente pacientes com idade inferior a 10 anos, pacientes com xerostomia (boca seca devido à baixa produção de saliva), lesões na mucosa oral, hipersensibilidade dentária, grande quantidade de restaurações, irritações gengivais, grávidas e lactantes, alcoólatras e fumadores. Estes últimos, apresentam uma grande limitação na efetividade no branqueamento dentário, no entanto não são alvo de contraindicação explícita. Nestes casos, o ideal será que o paciente reduza significativamente ou interrompa o hábito tabágico antes do início do tratamento. A continuidade do consumo de tabaco durante e após o tratamento poderá levar a uma alteração da cor em um curto espaço de tempo, provocando insatisfação relativamente aos resultados finais de branqueamento. 
Um outro causador de pigmentação extrínseca é o uso prolongado de clorohexidina, um agente antisséptico e antibacteriano largamente utilizado em Medicina Dentária, cuja utilização deverá sempre ser recomendada pelo seu Médico Dentista.

Efeito do branqueamento
O esmalte está sujeito a alterações constantes, desde desgastes fisiológicos até alterações na sua morfologia.
A pergunta mais frequente colocada pelos pacientes é: “o branqueamento não enfraquece os dentes?” Procurando respostas na literatura da especialidade, encontram-se alguns estudos que apoiam a hipótese de que os agentes branqueadores são componentes quimicamente ativos potencialmente capazes de induzir alterações estruturais na superfície do esmalte; enquanto que outros estudos reportam que não observaram alterações significativas. 
Desta forma, ainda não nos é possível tirar conclusões definitivas, uma vez que a literatura ainda não é consensual em relação aos efeitos adversos.


A sensibilidade pós-branqueamento
A sensibilidade pós-branqueamento tem sido considerada um efeito adverso comum, juntamente com a irritação gengival, causando um grande desconforto ao paciente. Ela é, na maioria dos casos, reversível e existem algumas medidas que se podem adotar para minimizar este efeito adverso. O uso de pastas dentífricas dessensibilizantes antes, durante e após o branqueamento, o tratamento com laser terapia e a terapia medicamentosa com analgésicos, são algumas das medidas bem-sucedidas na erradicação da sensibilidade dentária. 
A utilização de pastas dentífricas com cálcio, nitrato de potássio e o fluoreto de sódio, bem como aplicações tópicas de flúor, também se mostraram bastante eficazes na redução da sensibilidade dentária. 
A sensibilidade pode ser despoletada por múltiplos fatores, como por exemplo, o pH da substância ativa, o tempo e modo de uso, a concentração do agente de branqueamento, o tipo de luz, a presença de recessão gengival com exposição da dentina, a presença de fissuras do esmalte e a permeabilidade do dente. 
Será importante ressalvar que apenas uma fração dos pacientes apresentam sensibilidade dentária após o branqueamento sendo que aqueles que a manifestam deverão ser individualmente acompanhados de forma a avaliar o seu grau de sensibilidade e ajustar a sua indicação terapêutica. 


Recomendações pós-branqueamento
Segundo o website Clinical Update Dentsply (2016), as recomendações após o branqueamento dentário sugeridas aos pacientes são as seguintes: 
• O paciente deve abster-se da ingestão de alimentos e bebidas com corantes artificiais enquanto estiver usando a goteira com o gel branqueador; 
• Nas consultas de controlo verificar a evolução do branqueamento e analisar a cor dos dentes com a escala de cores e fazer consultas de follow-up a cada 6 meses para controlo da saúde oral. 
Normalmente o maior efeito do branqueamento dentário nota-se após 2 semanas. Alguns médicos dentistas relatam que na arcada inferior a velocidade do branqueamento é mais lenta, o que pode ser explicado pelo facto de esta estar em maior contato com o fluxo salivar. 


Pastas dentífricas branqueadoras
Os fabricantes de produtos para higiene oral estão atentos à insatisfação e exigência do consumidor relativamente à cor dentária, tendo desenvolvido uma vasta seleção de pastas dentífricas, onde o ingrediente funcional é um sistema abrasivo que ajuda a remover e impedir a formação de manchas extrínsecas. 
A limpeza mecânica depende da aplicação de abrasivos adequados, mais duros que as manchas, mas menos duros que o esmalte. Contudo, as formulações atuais continuam a apresentar um compromisso entre a eficiência da limpeza pretendida e a abrasão dentária indesejada. 
Os agentes abrasivos considerados fortes têm uma dureza maior que a hidroxiapatite do dente e podem não só danificar o esmalte e a dentina exposta, como também o tecido gengival durante a remoção das manchas, principalmente se for aplicada elevada pressão durante a escovagem. 
O uso de uma pasta dentífrica com partículas com alto teor de abrasividade pode causar de traumatismo por abrasão e aumento do índice de sangramento por inflamação gengival. 
O uso prolongado destes dentífricos, pode ainda levar a um aumento da sensibilidade dentária, devido ao desgaste excessivo do esmalte com exposição dos túbulos dentinários. 
Mesmo face a estas desvantagens já conhecidas e comprovadas, são ainda necessários mais estudos para auferir os níveis de abrasividade e concentrações mais eficazes para utilização nos dentífricos branqueadores.


Conclusão 
Em suma, existem diferentes formas para tornar os dentes mais brancos, todas elas seguras e eficazes, tendo em conta as caraterísticas próprias e individuais de cada paciente. O Médico Dentista deve estar familiarizado com os protocolos atuais e conversar com o paciente por forma a decidir qual a melhor opção terapêutica. 
No Grupo HPA Saúde, a equipa Dental HPA, apresenta um serviço de excelência na transformação de sorrisos, realizando todo o tipo de procedimentos clínicos para atingir um único objetivo: o seu bem-estar. 
É com grande satisfação que faço parte desta grande equipa e deste projeto tão transformador, que ajuda milhares de pessoas, que o ajuda a si. Venha visitar-nos e faça parte da nossa grande família.