Especialista em Saúde Materna e Obstétrica
Responsável do Serviço Ginecologia/Obstetrícia
Doutorada em Ciências
da Educação
HPA Magazine 16
São inúmeros os benefícios desta prática que passam por influenciar o microbioma do seu bebé fortalecendo o sistema imunitário. Promove a adaptação à vida extrauterina, apoiando uma transição mais fisiológica, auxilia na estabilização cardiorrespiratória, ajuda a prevenir a hipotermia (sendo uma forma de estabilizar a temperatura corporal do bebé), promove ainda a estabilização das glicemias, a redução do stress e favorece o sono e o relaxamento de ambos.
É igualmente essencial para a vinculação ao seu bebé. O único ambiente após o parto que os bebés estão adaptados é ao corpo da mãe. Esta proximidade que se cria com o pele a pele é fundamental para o processo de bonding, sendo um dos motivos que leva a equipa a privilegiar este momento, oferecendo à mãe a possibilidade de aquecer, sentir e de ambos se conhecerem.
Os estudos defendem que esta prática aumenta a produção de ocitocina materna reduzindo o stress e o risco de hemorragia após o parto. Constituiu também um fator protetor à saúde mental da mãe reduzindo a prevalência da depressão pós-parto.
Porém, salvaguardo que podem existir determinadas condições em que esta prática poderá ter de ser protelada, relacionando-se este facto com a condição clinica mãe-bebé após o parto. No entanto, logo que seja possível a equipa de obstetrícia irá apoiar e recomendar que a mesma seja realizada pelas inúmeras vantagens que oferece.
Após o parto e durante todo o internamento, a equipa irá apoiar a mãe na realização desta prática de forma segura, em concordância com as recomendações de cuidados seguros em Maternidade1).
Assim, recomendamos que aquando do pele a pele seja garantida a posição neutra da cabeça do bebé; a cabeça deverá estar lateralizada permitindo que boca e nariz se encontrem livres, os ombros e o tórax do bebé devem estar sobre o tórax da mãe e as pernas fletidas. O dorso do bebé deverá estar coberto com um cobertor/manta de forma a não arrefecer a superfície cutânea que não contata com o corpo da mãe.
IMPACTO NA AMAMENTAÇÃO
Esta prática é considerada um fator protetor da amamentação, na medida em que melhora a taxa de amamentação exclusiva em 50%; promove o padrão de amamentação mais organizado, aumenta a prontidão do bebé para mamar e oferece à mãe a possibilidade de reconhecer os primeiros sinais de fome do seu bebé.
Contribui ainda para reduzir o risco de complicações mamárias, muito frequentes nos primeiros dias, como é o caso do ingurgitamento mamário.
A equipa de Obstetrícia irá realizar ensinos e supervisão de forma a garantir que mãe e bebé possam desfrutar de forma confortável e segura desta prática. Peça mais informações nas Consultas de Obstetrícia junto do seu médico obstetra ou enfermeiro especialista em saúde materna e aproveite para discutir com a nossa equipa o seu plano de parto. Pode consultar o nosso Plano de Parto em:
https://www.grupohpa.com/uploads/files/Plano_de_parto.pdf