Pediatra e Neonatologista
Coordenador do Departamento
de Pediatria e Neonatologia
HPA Magazine 12
A alimentação não é apenas uma questão de nutrição, deverá também ser um momento de prazer! Mas nem sempre assim acontece. E para todos nós pais, a hora da refeição pode tornar-se um verdadeiro tormento, para nós e para os nossos filhos.
A regra principal, é saber que não existem regras. No entanto, deverá ser: acreditar que todos vamos conseguir alimentar os nossos filhos, tal como fazem os outros pais e as outras famílias!
A segunda regra deve ser insistir, insistir e insistir sem obrigar…e nunca desistir! Está provado que são necessárias 8 a 11 tentativas para nos habituarmos a um novo alimento! O sabor doce é inato, no entanto é preciso aprender a gostar dos outros (salgado, ácido, amargo), sendo que isso leva o seu tempo. Hoje poderemos conquistar uma, duas colheres, amanhã serão mais algumas com certeza.
Quando a criança não tem qualquer perturbação neuro motora, não há razão para que não coma conforme o plano alimentar orientado pelo pediatra.
A partir de um ano de idade, a criança está preparada para experimentar “comida da panela”, ou seja, deve ter uma dieta igual à da sua família, desde que pouco condimentada, com pouco sal e gordura e adição de açúcares.
A alimentação e a hora da refeição, em particular, deverão ser para a criança um momento de prazer e aprendizagem. Além disso, mastigar e deglutir é importante para o desenvolvimento facial equilibrado e a linguagem. Durante a refeição os sabores, os odores, as cores e as texturas dos alimentos integram-se, originando uma resposta motora não só para a mastigação e deglutição, mas também neuro sensorial.
Para algumas crianças este processo é fácil e natural, para outras estas misturas de sabores, odores e texturas provocam reações, cujas respostas, poderão ir desde encerrar a boca, colar a língua ao céu da boca, não engolir ou até mesmo provocar o vómito.
A criança está a descobrir os sabores e as preferências, por isso, gostar mais deste ou daquele alimento é natural. De entre todos os que detesta, com certeza que haverá este ou aquele que apenas gosta menos.
Se a mãe já teve uma alimentação diversificada e equilibrada durante toda a gravidez vai ajudar na introdução e diversificação alimentar da criança. Este conceito integra-se nos primeiros mil dias de vida, que incluem a gravidez e os primeiros 2 anos. Assim, temos cerca de dois anos para por o nosso filho a comer de forma saudável, equilibrada e diversificada.
Sim acredite, ele vai comer legumes e vegetais!
Boas refeições…em família!! E sem birras!
Não faça das refeições uma batalha. Se pensa que vai correr mal, isso vai estar espelhado no seu tom de voz, na expressão facial e corporal;