Dra. Ana Rita Herculano
Gastrenterologista
O cancro colorretal (ou cancro do cólon e reto ou cancro do intestino) é um tipo de cancro com uma grande prevalência e que pode ser fatal. Em Portugal, é o segundo mais frequente nas mulheres depois do cancro da mama e o segundo mais frequente nos homens depois do cancro da próstata, ocupando o primeiro lugar em termos de mortalidade.
Pode afetar o cólon ou o reto (coletivamente conhecidos como o intestino grosso). Apesar da semelhança biológica entre os tumores do cólon e do reto, a diferente localização anatómica pode ditar diferenças no tipo de tratamento necessário. O seu diagnóstico precoce pode salvar a sua vida e pode até ser prevenido se os pólipos que lhe dão origem forem removidos antes de se tornarem malignos.
Guarde consigo estes conselhos:
Há 3 fatores que aumentam o risco de cancro do cólon: o excesso de peso, o consumo excessivo de álcool e fumar
Mas também existem 2 fatores que o reduzem: atividade física regular e dieta rica o suficiente em fibras.
A colonoscopia, realizado por um especialista em Gastrenterologia, assume-se como o exame de eleição de rastreio para este cancro e que, apesar de não ser isenta de complicações, deve ser realizado o mais precocemente possível a partir dos 45 anos de idade ou mesmo antes, de acordo com a sua sintomatologia e fatores de risco. Outrora conhecido por um exame muito complicado e doloroso, é atualmente um exame mais simples, com preparações de limpeza do cólon mais fáceis de cumprir e que é realizado com sedação profunda (por um anestesista).
Concretamente para o rastreio do cancro do intestino delgado existe agora também a enteroscopia por videocápsula, um procedimento não invasivo que usa uma pequena câmara por wireless para a aquisição de fotografias do trato digestivo.
Esta câmara está inserida numa cápsula do tamanho de um comprimido que o doente engole.
Durante o seu percurso pelo trato digestivo, a cápsula vai tirando várias fotografias que são transmitidas para um gravador que o doente leva consigo durante o tempo do exame e que permite visualizar as imagens em tempo real.
O doente pode fazer a sua vida normalmente e regressa ao serviço de endoscopia ao final do dia, para fazer o descarregamento das imagens através de um software específico, com elevada qualidade. A cápsula, de uso único, é eliminada nas fezes um a dois dias depois.
Desde a introdução da primeira cápsula endoscópica em 2000, tem sido um exame essencial na investigação e diagnóstico de doenças do intestino delgado, em locais que os exames endoscópicos essenciais (endoscopia alta e colonoscopia) não atingem.
Sendo um procedimento simples e confortável para o doente assume-se como um exame essencial e que é realizado em larga escala. Não deve ser utilizado como um exame de primeira linha ou que visa substituir os exames endoscópicos convencionais. Tornou-se, contudo, pela dificuldade de acesso a todo o intestino delgado, como o exame de primeira linha para a investigação da hemorragia digestiva obscura, um importante método de avaliação para a doença de Crohn, de tumores do intestino delgado e vigilância das poliposes familiares.
Este exame está atualmente disponível no Hospital Particular do Algarve | Gambelas - Faro e no Hospital Particular da Madeira - Funchal
3 de Novembro de 2021