Notícia em: Jornal da Madeira - PUBLIREPORTAGEM | 07 de dezembro 2019 > Ver
O que é e como é realizada uma videoenteroscopia por cápsula (videocápsula)?
A videocápsula é um exame de diagnóstico simples, seguro e não invasivo que permite visualizar todos os segmentos do intestino delgado. É um exame relativamente recente, tendo sido desenvolvido em 1999. Até esta data não existia outro exame imagiológico que permitisse avaliar toda a extensão do intestino delgado.
Esta videocápsula tem cerca de 0.5 cm x 2.5 cm e possui uma fonte de luz e uma câmara que capta as imagens e as regista, através de sensores colocados no corpo do paciente e de um recetor que fica preso à sua cintura.
A primeira etapa deste exame consiste em preparar o intestino, deixando-o limpo para que possa ser corretamente observado. A preparação é feita recorrendo à ingestão de líquidos laxantes associados a uma dieta líquida no dia anterior ao exame. Este passo é fundamental para garantir que a superfície do intestino seja completamente analisada. Após a preparação do intestino, a cápsula é engolida com água e avança ao longo do tubo digestivo, propulsionada pelos movimentos digestivos normais. Ao longo de quatorze horas, a cápsula grava imagens do trajeto ao longo do intestino. Durante este exame, o paciente pode realizar a sua vida normal, não sendo necessário que permaneça no hospital. As imagens são depois processadas e visualizadas num monitor pelo médico Gastroenterologista. Passadas 24 a 72 horas, a videocápsula é eliminada naturalmente com as fezes.
Em que situações é realizada?
A decisão sobre a necessidade de realizar qualquer exame de diagnóstico é sempre tomada pelo médico, em função das características individuais de cada paciente e das suas queixas ou doença.
Em regra, está indicada a sua realização em diversas situações como: a hemorragia digestiva obscura (com endoscopia alta e colonoscopia normais); a anemia por deficiência de ferro (sem causa esclarecida após estudo); o diagnóstico e classificação da doença de Crohn; a doença celíaca refratária à dieta/complicada; o diagnóstico de tumores do intestino delgado; nas síndromes de polipose hereditárias; e ainda para esclarecimento de alterações descritas em exames imagiológicos.
A título de exemplo, estudos na doença inflamatória intestinal revelam que a videocápsula aumenta a acuidade diagnóstica da ileocolonoscopia em 15% e da enteroTAC em 38%. Em doentes com colite indeterminada, a cápsula endoscópica sugeriu o diagnóstico de doença de Crohn em 33-49% dos casos. Este é assim um exame particularmente útil no diagnóstico mais precoce de algumas doenças.
Que limitações tem?
Como qualquer outro exame médico, a videocápsula tem as suas limitações, não permite por exemplo, obter amostras ou realizar simultaneamente qualquer procedimento terapêutico. E tem também contraindicações, entre as quais se incluem a existência ou suspeita de estenoses, obstruções intestinais ou fístulas. Em caso de gravidez, deverá discutir o seu caso com o médico.
Quando tempo demora?
A realização de uma videocápsula demora em média cerca de quatorze horas. A cápsula é eliminada passadas habitualmente 24 a 72 horas da sua deglutição.
Existem efeitos secundários, riscos ou complicações associados à realização de uma videocápsula?
Dado o seu excelente perfil de segurança, maior tolerabilidade, possibilidade de avaliação completa do delgado e a sua elevada capacidade diagnóstica, a videocápsula endoscópica é o melhor método não-invasivo para avaliar o intestino delgado. No entanto, existem alguns riscos associados a este exame, tal como acontece com qualquer outro em que sejam usados aparelhos ou medicamentos. O maior risco associado à sua realização é a retenção da videocápsula no tubo digestivo, o que pode resultar na necessidade de realizar um exame de raio-X para a localizar e/ou identificar a causa desta ocorrência, e eventualmente de realizar uma enteroscopia de duplo balão ou em caso extremo, uma intervenção cirúrgica, para a retirar. No entanto, na grande maioria dos casos (99%) a videocápsula é eliminada sem problemas.
Para reduzir o risco de ocorrência de complicações é também fundamental que o seu médico esteja informado sobre alergias, outras doenças presentes ou tratamentos em curso.